Frente Feminista pedirá reabertura da Casa Abrigo em manifestação nessa terça (11)

A Frente Feminista de São Carlos está organizando um ato para pedir a reabertura da Casa Abrigo da Mulher na cidade que recentemente teve suas atividades suspensas pela atual administração municipal. A movimentação que terá inicio às 12h da próxima terça-feira (11) se iniciará na praça do Mercado Municipal e depois as manifestantes subirão até a Câmara onde uma representante utilizará a Tribuna Livre da Casa para questionar o porque da paralisação das atividades do local.

De acordo com as feministas a reabertura da Casa Abrigo é de extrema urgência, pois a violência não espera. “É sempre bom lembrar: A violência não espera. Ninguém deixa de agredir uma mulher porque a Casa Abrigo está fechada. A cada 8 horas, uma mulher em São Carlos é vítima de agressão. Onde estão elas? Estão recebendo tratamento adequado? Sem prejudicar o sigilo imposto para a situação, bem ao contrário, não temos resposta para estas questões”, escreveu uma das organizadoras em uma rede social.

A Casa abrigo “Gravelina Terezinha Leme”, fundada em 2.001 tem como principal função proteger as mulheres que foram vítimas de agressões domiciliares  que variam do xingamento à humilhação, do espancamento ao estupro e muitas vezes à morte. Até o presente momento, por questões de segurança, não foram divulgadas informações sobre o paradeiro dessas mulheres e crianças, porém, tão pouco se sabe se suas atuais condições de moradia, alimentação e outros serviços básicos, previstos em Lei Federal, estão sendo cumpridos.

As organizadoras lembram que o fechamento da Casa Abrigo representa um retrocesso de um direito já conquistado pelas mulheres em São Carlos, ressaltando que a cidade foi pioneira na implantação de tal instrumento de defesa e apoio das mulheres vítimas violência domestica uma medida de proteção que foi garantida nacionalmente cinco anos depois através da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006).

Existe também na cidade uma rede de serviços de apoio às mulheres em situações de violência doméstica, coordenados pela Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social, da qual a Casa Abrigo e o Centro de Referência da Mulher (CRM) fazem parte, esse último criado em 2.007 para promover e assegurar o direito das mulheres vítimas de violência através de orientação jurídica, atendimento social e terapêutico.  A ausência de qualquer uma dessas duas instituições faz com que as mulheres de São Carlos fiquem desprotegidas em casos de ameaça e/ou concretização de violência, tanto física quanto simbólica.

Segundo as organizadoras a argumentação utilizada pela atual administração para o fechamento da Casa Abrigo é que a casa utilizada anteriormente como pela entidade estava em situação precária e havia a necessária da mudança de endereço a cada dois anos por questão de segurança. “Pois então o que se passou – o fechamento da Casa Abrigo – foi, no mínimo, falta de planejamento. São Carlos abandonou suas mulheres. Além de serem vítimas de violência, não encontram respaldo do Poder Público”, protestou uma das organizadoras em nota.

A violência contra mulher em São Carlos

Cerca de 40% das mulheres brasileiras já sofreram algum tipo de violência física, sexual ou psicológica, e na cidade de São Carlos, o último levantamento realizado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em 2013 demonstra que a situação das mulheres em risco de violência é muito grave:

- A cada 8 horas, uma mulher é agredida em São Carlos.

- De janeiro a abril deste ano, 390 casos de denúncias de violência contra a mulher foram registrados em São Carlos.

Mais informações, página do evento no facebook:

https://www.facebook.com/events/556838634358953/?notif_t=plan_user_joined ou com a Frente Feminista https://www.facebook.com/groups/342063549176962/523868450996470/?notif_t=like


Criado por Rodrigo Lima