Para Luiz Gustavo, treino também é jogo

A programação da Seleção Brasileira para o início de 2013 deixava pouco tempo para aqueles jogadores que ainda sonhavam em conquistar a confiança de um Luiz Felipe Scolari recém-chegado ao cargo. Para os europeus, as opções seriam limitadíssimas: três jogos. Nessa corrida contra o relógio, como fazer seu nome ganhar força em uma posição tão concorrida e, ainda por cima, quando nem sempre é titular em seu clube? Para Luiz Gustavo, a resposta era clara: doando-se ao máximo nos treinos.

Foi o que o volante do Bayern de Munique fez na única oportunidade que teve na Seleção com Felipão. Convocado pelo treinador para os amistosos contra Itália e Rússia, ele usou o período de preparação da equipe para mostrar que poderia seguir. Afinal, com a bola rolando, esteve em campo apenas alguns minutos contra os italianos. Nada, porém, que interferisse na decisão final do treinador.

Na semana passada, o FIFA.com conversou com o jogador sobre a expectativa de fazer parte da lista da Copa das Confederações da FIFA, e eram exatamente estas as razões que o faziam acreditar na convocação que se confirmou nesta terça-feira. “Estou vivendo um momento bom no meu clube e acredito que posso ajudar, principalmente pelo que mostrei nos treinos nessas duas convocações”, destacou, revelando ainda a boa impressão que teve do treinador campeão mundial em 2002.

“Foi um contato muito bom. Vi que ele é uma pessoa bem aberta, que fala o que pensa e deixa as ideias bem esclarecidas para todo mundo. É um cara que procura passar a confiança a todos e mostrar o que ele quer, o que ajuda muito”, apontou. “Então depende de cada um assimilar e botar isso em prática.”

Luiz Gustavo parece ter assimilado bem. Não apenas nos treinos da Seleção, mas atuando com vontade em cada oportunidade que tinha com o Bayern. Com um elenco milionário e tão equilibrado, foi difícil ganhar espaço, mas o paulista de Pindamonhangaba sabe o que precisa para continuar crescendo, nem que seja de minutinho em minutinho em jogos importantes - como foi desde o início, em 2011, quando Mano Menezes o chamou pela primeira vez, para um amistoso contra a Alemanha, e depois voltou a relacioná-lo para enfrentar Gana.

“Procuro sempre melhorar o que tenho de bom e aprender coisas novas com cada treinador. Cada um tem um jeito, uma filosofia para passar, então é questão de se adaptar e ver o que ele quer dentro de campo. E fazer o melhor dentro daquilo que ele pede”, explicou o canhoto de 25 anos, um especialista em proteger a defesa, mas que, desde os tempos em que começou a se destacar também na armação de jogadas pelo Hoffenheim, também sabe o que fazer na hora de sair jogando. “Sempre me cobro muito, trabalho sempre o máximo que posso, em todos os aspectos, desde a cabeça, para ser o mais completo possível. Por isso estou preparado.”

Ainda concentrado na final da UEFA Champions League diante do Borussia Dortmund, no dia 25 de maio, Luiz Gustavo sabe que ainda corre por fora na disputa com Fernando, do Grêmio, para ser titular na Seleção. Ao menos, até a Copa das Confederações, ele terá mais tempo – e mais dos treinos que tanto têm lhe servido – para tentar subir um degrau a mais.


Criado por Rodrigo Lima