O deputado estadual e presidente do PT-SP, Edinho Silva, vai propor à Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa a realização de uma audiência pública para debater a paralisação de estudantes da Unesp (Universidade Estadual Paulista).
Na tarde desta quarta-feira, dia 22, o parlamentar recebeu em seu gabinete uma Comissão de estudantes da Unesp, campus de Ourinhos. Parte dos alunos deste campus está em greve desde o dia 17 de abril, reivindicando melhorias na relação com a reitoria da universidade, além de valorização de funcionários e construção de moradias para estudantes carentes.
De acordo com o grupo que esteve com Edinho, a tendência é de expansão do movimento para outros campi, a partir deste dia 24 de maio. Segundo eles, a insatisfação entre os alunos da Unesp é geral e será demonstrada com a efetiva paralisação das aulas em todo o estado.
Na tentativa de evitar a greve geral e o prejuízo que ela trará à comunidade acadêmica, o parlamentar, que é graduado na Unesp Araraquara, elaborou requerimento a ser votado na próxima reunião ordinária da Comissão. Ele propõe que sejam convidados para a audiência o secretário de Estado da Educação, representante da reitoria da Unesp, do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo – Cruesp, do Sindicato dos Trabalhadores da Unesp (Sintunesp), da Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp) da Comissão Estadual de Mobilização dos Estudantes da Unesp (CEM-Unesp).
JUSTIFICATIVA – Na justificativa, Edinho argumenta que a greve dos estudantes se deve à dificuldade de diálogo com a reitoria na Universidade em pautas relacionadas à permanência estudantil. Os alunos reclamam de atraso no pagamento de bolsas, valor ínfimo do auxílio, falta de transparência nos processos seletivos de programas estudantis, e novos projetos de extensão. Também reivindicam construção de um restaurante universitário, assim como de moradia estudantil.
O grupo que se reuniu com o deputado relata descaso da reitoria para com a comunidade unespiana. De acordo com o grupo, o desinteresse começa na própria estrutura de poder da Universidade, na qual os discentes, assim como os funcionários da Unesp (que não são professores) têm apenas 15% de representação nos órgãos colegiados da entidade. Ou seja, juntos, representam apenas 30% do poder de voto perante os 70% dos professores universitários.
Outra pauta da greve é a insatisfação com relação às disposições do Pimesp (Programa de Inclusão com Mérito do Ensino Superior Paulista) que, embora esteja em discussão no Cruesp (Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo), não observou as diretrizes estabelecidas pela legislação federal que trata do processo de inclusão social em cursos de nível superior.
Para adequar o Pimesp ao que consideram justo, os universitários propõem a realização de uma assembleia estatuinte representativa de todos os estudantes da universidade que definiria uma nova proposta de inclusão educacional em nível superior.
Nessa proposta, constaria o rol de reivindicações da classe, como a construção de restaurantes universitários e residências estudantis nos campi que não as têm e ampliação nos campi que a necessitam. Também seriam pleiteados aumento do número e do valor de bolsas, a reformulação de programa de extensão universitária, bem como o estabelecimento de diálogo com a reitoria para que seja ampliada a participação dos alunos nas decisões do Conselho Universitário.
“Diante do evidente interesse público que reveste a discussão proposta pelos estudantes, bem como da necessidade de uma postura fiscalizadora por parte do Parlamento no que tange à administração universitária no Estado de São Paulo, proponho a realização de uma audiência pública pela Comissão Permanente de Educação e Cultura da Alesp”, afirma Edinho.
21/Outubro/2023
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