Familiares, amigos e autoridades se despediram na noite deste domingo (12) do jurista e político gaúcho Paulo Brossard em Porto Alegre. Uma cerimônia de cremação foi realizada às 21h no Crematório Metropolitano São José. O ex-ministro morreu pela manhã, aos 90 anos, em sua residência na capital gaúcha.
Durante a tarde e início da noite, o corpo de Brossard foi velado no Salão Negrinho do Pastoreio, no Palácio Piratini, sede do governo dório Grande do Sul. O velório contou com a presença de autoridades, como o vice-presidente Michel Temer, que viajou a Porto Alegre exclusivamente para a despedida, o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), e o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, que mais cedo decretou luto de três dias no estado.
Temer ressaltou o legado de dedicação à causa pública deixado por Brossard. "Dedicação à democracia e aos direitos humanos que representa aquilo que hoje está nas ruas. A democracia foi devolvida ao país, em grande parte, pela atuação extraordinária do professor e ministro Paulo Brossard", disse o vice-presidente durante o velório.
Sartori declarou que o país e a democracia brasileira devem muito a Paulo Brossard. "Os oito anos de mandato de senador foram aqueles que propiciaram a abertura e os canais para a construção de uma sociedade democrática no Brasil. Quando as pessoas nas manifestações de hoje fazem um momento de silêncio pela perda de Paulo Brossard temos esperança que as nova gerações saibam construir uma realidade nova, com personalidade, com caráter, com conhecimento, que possa servir de exemplo para a vida politica", concluiu o governador.
Natural de Bagé, na Região da Campanha do Rio Grande do Sul, Brossard foi deputado estadual, deputado federal, senador, Ministro da Justiça e Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Foi aposentado do STF em 1994 e não voltou mais à política. Ele era casado com Lúcia Alves Brossard de Sousa Pinto, com quem teve dois filhos.
Políticos manifestaram pesar pela morte
A presidente Dilma Rousseff divulgou nesta tarde, um nota de pesar pela morte do político. José Ivo Sartori, governador do Rio Grande do Sul, decretou luto de três dias no estado e a bandeira do Palácio Piratini está a meio mastro.
A Secretaria de Imprensa da Presidência da República divulgou nota com palavras da presidente, que lamenta o falecimento: "É com tristeza que recebo a notícia da morte do jurista Paulo Brossard, homem de fortes convicções democráticas, que se tornou uma referência política na luta contra a ditadura. O país perde um grande brasileiro. Quero prestar minhas homenagens e apresentar meus sentimentos à dona Lúcia Brossard, aos filhos, amigos e familiares do doutor Paulo Brossard".
Em sua conta no Twitter, Sartori colocou o Palácio Piratini à disposição para as cerimônias. "O domingo começa com uma triste notícia. Lamento profundamente a morte de Paulo Brossard, um dos maiores juristas do Brasil. Perdemos um grande homem, um professor, um ferrenho opositor da Ditadura Militar, um político que fez história. Pela perda de Paulo Brossard, decreto luto de três dias no Estado e coloco o Palácio Piratini à disposição para as cerimônias de despedida".
O ministro da Justiça, José Eduardo Carodozo, também se manifestou por meio de uma nota oficial. "Ao mesmo tempo em que manifesta pesar em razão do falecimento do jurista Paulo Brossard, o Ministério da Justiça assinala a contribuição relevante que ele prestou ao País na luta pela redemocratização e ainda seu papel destacado como titular da pasta da Justiça no Governo Sarney e, em seguida, entre 1989 e 1994, como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 1992, coube a Paulo Brossard, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, comandar a realização do plebiscito no qual o povo brasileiro escolheu a República e o Presidencialismo como forma e sistema de governo do Brasil. Diante de seu legado como homem público, político, jurista, ministro do STF e advogado, é que, nesse momento de dor de seus amigos e familiares, apresento sinceras condolências".
O senador Paulo Paim (PT-RS) homenageou o jurista em sua conta no Twitter e definiu a perda como "inestimável" para a política. "Acabo de receber a notícia da morte do ex-ministro da República, ex-ministro do STF, ex-senador, o gaúcho Paulo Brossard de Souza Pinto. Paulo Brossard era maragato e libertador. Uma perda inestimável para a politica brasileira. Minhas condolências aos familiares e aos amigos".
O deputado federal Nelson Marchezan Jr. (PSDB-RS) também se sensibilizou com a morte. "O Legislativo, o Judiciário e o Brasil estão de luto com a morte de Paulo Brossard, esta manhã, em Porto Alegre".
O deputado federal Roberto Freire (PPS-SP) exaltou a carreira do político. "Morre Paulo Brossard! Grande brasileiro que se notabilizou para além do profissional de respeito, pelo democrata que foi. Nossos sentimentos".
21/Outubro/2023
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