No inicio da tarde da última quinta-feira (04), familiares e amigos da jovem Maiara Cristina de Oliveira, encontrada morta em Leme (SP) em janeiro desse ano, fizeram uma manifestação em frente ao Fórum Criminal de São Carlos pedindo que as investigações permanecessem em São Carlos.
Porém a família não tem com que se preocupar segundo o juiz de direito da 3ª Vara Criminal de São Carlos, André Luiz de Macedo por enquanto esse caso ficará na cidade. “A competência da matéria do processo é dada pela consumação, mas nesse caso não se sabe onde aconteceu a morte e sim onde o corpo foi encontrado”, explicou o juiz que comentou que houve realmente um pedido da promotoria de Leme para que o caso voltasse para a cidade o que foi negado por ele. “Eu neguei o pedido do promotor. Por hora, a investigação fica aqui”, disse.
Macedo disse que a justiça ainda não tem um indiciado e que as investigações irão permanecer sob-responsabilidade da polícia sãocarlense. “Nós ainda não temos o indiciado, mas pode haver a possibilidade de um suspeito no local, portanto, o caso vai permanecer em São Carlos para apuração”, contou,
O juiz explicou que sobre a situação do filho de Maiara, a vítima estava grávida de sete meses quando foi assinada. Ele diz que ainda precisa estudar melhor o caso que chegou há pouco tempo em suas mãos, porém acredita que as investigações ainda estão no começo e precisam ser terminada. “Eu não conheço detalhes da investigação, pois o caso chegou a São Carlos há poucos dias, então não posso me manifestar sobre o conteúdo do processo. Vai ficar em São Carlos, mas se no futuro a investigação disser que o crime foi consumado fora daqui, então aí altera-se a competência”, comentou.
Já para a prima de Maiara e uma das organizadoras do manifesto, Samara de Lima disse que para a família não existe duvidas sobre a autoria do assassinato de Maiara e por esse motivo a família quer que o caso fique em São Carlos, pois acredita que aqui as investigações ocorreriam mais rapidamente. “Sem dúvida o culpado da morte da minha prima é o pai da criança, todos nós sabemos disso. O problema é que enquanto o inquérito ficou na responsabilidade de Leme, nada foi feito. Sabemos que São Carlos tem profissionais competentes para resolver esse caso.”, afirmou.
Samara, no entanto salientou que a grande preocupação da família é agora saber o que aconteceu com João Miguel, filho que Maiara esperava e do qual ela seria madrinha, pois até o momento permanece desaparecido. “Não temos nenhuma noticia da criança porque o caso não andou o caso está parado porque em Leme nada foi feito. Eles não fizeram nada nem para Maiara e nem foram atrás de saber onde poderia estar essa criança. Então a gente se pergunta se a criança está viva ou está morta. A esperança é que esteja viva”, disse.
A prima ainda comenta que o grande medo da família é o caso voltar para a cidade de Leme e volte a ficar parado como estava até sua transferência para São Carlos. “Nosso medo é que o caso volte para Leme e fique tudo parado”, afirmou.
Porém para o delegado titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São Carlos, Gilberto de Aquino em coletiva disse já ter conhecimento do caso e que já trabalha em cima do nome de um possível suspeito, mas resalva que é preciso trabalhar com inteligência nessas situações. "O caso chegou ontem na minha mão, já tenho conhecimento, posso fazer algumas afirmações que os laudos comprovam, como o fato dela estar gestante, temos o suspeito, porém ainda necessito de medidas de inteligência o que pode demorar um pouco", comentou.
Aquino diz que a polícia não esta trabalhando em cima de outros suspeitos além do pai da criança, porém ele acredita que existam mais pessoas envolvidas. "Ele é casado, tinha filho, não queria assumir o filho com a vítima, deu remédios abortivos para ela, que foi apreendido pela Polícia. Não temos nenhum outro suspeito, porém, pela minha experiência, eu acho que ele não fez sozinho", explicou.
Sobre a possibilidade do pedido de prisão preventiva do suspeito o delegado afirma que somente após analisar todas as provas que ainda não chegaram da cidade de Leme. "Pedirei a prisão de quem tiver que pedir quando puder, hoje não tenho provas em mãos para isso, quando chegar essas provas aí pedirei a prisão preventiva do suspeito", explicou.
Aquino disse também que a manifestação de amigos e familiares é válida e acredita que o caso deve permanecer em São Carlos, pois é o local onde a vítima morava, onde estão as testemunhas e também é a cidade onde o principal suspeito do caso reside. "Sou pai, sou padrasto, posso imaginar como a família está. A manifestação é plenamente justa. Já se passaram 90 dias e o caso não andava", finalizou.
21/Outubro/2023
183 Views