G1 Brasília - A Comissão Nacional da Verdade decidiu convocar o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra para prestar depoimento na próxima sexta-feira (10), na sede da comissão, em Brasília.
Ustra foi chamado para falar à comissão sobre crimes contra os direitos humanos que é acusado de ter cometido durante a ditadura militar.
Mas o advogado Paulo Alves de Sousa afirmou que seu cliente não pretende depor porque, segundo ele, o militar “já foi ouvido em juízo diversas vezes”.
Em vez de comparecer ao depoimento, Ustra deverá, segundo o advogado, enviar uma petição e um exemplar do seu livro “Verdade Sufocada”, no qual descreve sua atuação durante a ditadura. “Ele já esclareceu tudo no livro e vai pedir na petição que a comissão releve sua ausência”, disse Paulo Alves de Sousa.
Como a comissão tem a prerrogativa de convocar testemunhas, poderá solicitar ao Poder Judiciário a condução coercitiva em caso de ausência do depoente. Na hipótese de o coronel não comparecer, o grupo também poderá encaminhar uma representação ao Ministério Público, que decidirá se enquadra Ustra no crime de desobediência.
Além de Ustra, também foi convocado Marival Chaves Dias do Canto, ex-analista do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna do II Exército em São Paulo (Doi-Codi/SP). Ele já prestou outros dois depoimentos à comissão.
No último dia 29, o Ministério Público denunciou à Justiça Federal Ustra e o delegado aposentado Alcides Singillo, que atuou junto ao Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops-SP), por ocultação de cadáver, no caso do estudante de medicina Hirohaki Torigoe, de 27 anos, cujos restos mortais estão desaparecidos desde 5 de janeiro de 1972. A defesa de Ustra disse ao G1 não haver provas contra o coronel.
Priscilla Mendes Do G1, em Brasília - Foto: Reprodução/TV Globo
21/Outubro/2023
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