A Câmara Municipal de São Carlos votará o projeto de lei complementar ao processo aprovado na última semana que regulariza preceptoria, o estágio, dos alunos do curso de medicina da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), na próxima quinta-feira (09) em uma Sessão Extraordinária às 10h. A aprovação desse projeto faria com que os estudantes que estão em greve desde o início desse ano pedindo melhorias no curso voltassem às aulas.
O motivo da votação ter sido adiada para a próxima quinta-feira deve-se devido a falta de aval da diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e Autárquicos Municipais de São Carlos (Sindspam), que não teria tido tempo hábil para fazer uma consulta jurídica do processo e também questionar os médicos se eles estaria de acordo com as alterações na lei existente. “O Sindicato através da sua diretoria não concordou com a assinatura no dia de hoje, pois segundo eles receberam o projeto somente na tarde de ontem (segunda-feira) a solicitação dessa anuência e não teriam tempo hábil para consultar os médicos envolvidos”, disse Marquinho Amaral (PSDB), presidente do legislativo municipal.
Marquinho também disse que acredita que esse pequeno atraso, já que foi agendada uma sessão extraordinária para as 10h da próxima quinta-feira (09), não trará grandes transtornos para os estudantes ou para a população sãocarlense e que o projeto deverá ser discutido e votado pelos vereadores que também anseiam pela solução dessa situação. “Já se encontra em minhas mãos, a solicitação para que façamos uma sessão para a próxima quinta-feira, às 10h aqui na sala das sessões para que possamos discutir e votar esse processo para não prejudicar a comunidade estudantil mais uma semana”, explicou.
Para a representante dos estudantes Ana Flávia Marcelino Riccetto esse atraso não vai gerar grandes transtornos aos alunos que esperam que tudo seja resolvido na manhã da próxima quinta-feira e que entende a posição da diretoria do Sindspam que preferiu consultar o seu departamento jurídico e os médicos envolvidos para tomar uma decisão final. “Na verdade nós até entendemos essa questão do Sindicato porque pelo que nos foi passado o Sindicato recebeu apenas ontem (segunda-feira) esse documento e realmente eles tem que avaliar com todos os membros e com a base deles mesmo”, disse.
Porém, Ana Flávia acredita que houve uma grande burocratização durante todo o processo e que isso poderia ter sido agilizado pelas partes envolvidas. “Eu só acho que no processo todo houve muita burocratização ele poderia ser um pouco mais rápido todo o processo. O documento poderia ter chegado bem mais cedo não precisava de tudo isso dessa correria de última hora. Poderia ter sido melhor planejado isso tanto pela prefeitura como por todo mundo”, argumentou.
O secretário Municipal de Governo, Júlio Soldado, contou que houve várias reuniões entre as parte para a discussão e elaboração desse projeto e que acredita que agora é apenas uma questão de tempo para que tudo seja resolvido. “Tenho certeza que na quinta-feira os vereadores vão aprovar esse projeto e os alunos serão beneficiados e a população de São Carlos também”, disse.
Soldado também agradeceu o empenho de todos os vereadores da base e oposição para quererem solucionar o problema o mais rápido possível. “Eu queria agradecer realmente o empenho de todos os vereadores, porque todos aqui hoje (terça-feira) no intuito de votar realmente esse projeto se empenharam ao máximo, mas em uma decisão do Sindicato que a gente respeita e vamos aguardar quinta-feira para que haja o termino desse impasse”, falou o Secretário que complementou dizendo que entende a posição do Sindicato de resguarda sua categoria. “Eles acharam necessário uma analise jurídica. Eles queriam fazer, porém acharam o tempo curto e pediram um pouco mais de tempo para que se pudesse analisar, mas não há impacto nenhum é uma questão apenas deles tomarem um conhecimento melhor e eu tenho certeza que na quinta-feira será tudo resolvido”.
Já o presidente do Sindispam, Adail Alves de Toledo, explica que não quer atrapalhar ou prejudicar ninguém, porém não houve tempo hábil para uma analise do processo por parte do Sindicato e nem para consultar os médicos envolvidos nessa situação e que já havia sido acertado anteriormente tanto com a Prefeitura, vereadores e representantes dos estudantes que o processo seria entregue na quinta-feira. “Esse projeto chegou na segunda-feira nas mãos do Sindicato em uma reunião que onde fomos comunicados pelo Departamento Jurídico da Prefeitura às 11h da manhã e tomamos conhecimento do projeto que tinha a intenção de fazer essa votação na tarde de dessa terça-feira, porém a gente não via tempo hábil para estar analisando com o nosso departamento jurídico, além levar para nossa base, para os interessados nesse projeto que são os médicos para conhecimento e aprovação deles”, disse.
Adail estranha a surpresa com o não aval do sindicato, pois ele acredita que muitos dos vereadores também não tinham conhecimento do conteúdo do projeto que chegou por volta das 18h na Casa pelas mãos do próprio secretário de Governo. “Fico até surpreso não sei se os vereadores tinham conhecimento do projeto, porque ele chegou às 18h15, já tínhamos acertado junto com os vereadores em fazer uma Sessão Extraordinária na quinta-feira para ser votado isso também foi fechado com uma líder estudantil estava tudo certo foi quando nós nos retiramos de lá”, explicou.
O presidente do Sindispam disse que não é a primeira vez que projetos dessa importância que tratam do funcionalismo público municipal chegam para que a direção sindical de seu aval se tempo para analise o que teria sido discussão até mesmo de pautas e acordo anteriores para que se mandassem esse tipo de processo com algum tempo de antecedência para analise e consulta da categoria. “Agora eu gostaria de dizer o seguinte não é a primeira vez que projetos dessa importância que mexe com a categoria vai na correria para a Câmara Municipal. Nós não concordamos, não vamos aceitar. Pedimos para que projetos que dizem respeito aos servidores públicos venha para o Sindicato para a gente analisar com tempo e não em menos de 24h. Então nós não vamos concordar, não estamos prejudicando ninguém, pois será realizada uma (Sessão) Extraordinária para os estudantes, mas a justificativa do Sindicato é a correria que foi feito esse projeto de grande importância para ser votado sem o consentimento de nossa categoria” concluiu.
21/Outubro/2023
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